quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Emoção


É um impulso neuronal que move um organismo para a ação, ou seja, é algo que vem do cérebro e que te leva a fazer merda.
Existe vários tipos de emoção, cada uma com um efeito diferente sobre a sua vítima, mas no fundo são apenas formas diferentes de levar uma pessoa a ser idiota e cometer atos moralmente questionáveis.
Entre elas, e das que tornam as pessoas mais idiotas estão o amor e a paixão.
O tão famigerado amor é a emoção mais conhecida pelos humanos e a que gera mais lucros também... apesar de ser uma emoção recente, criada no ínicio do século XX, veio permitir dar beijos na boca durante o sexo, coisa que as prostitutas nunca permitiram.

A paixão é muito parecida. É uma versão mais intensa e mais retardada do amor, sendo que muitas vezes obriga o indíviduo a fazer idiotices em favor de uma outra pessoa, ainda que muitas dessas idiotices nunca levem a nada e tendam a causar problemas, conflitos...
Ao contrário do amor, a paixão não tem nenhuma função útil conhecida, o que me leva a concluir, sem sombra de dúvidas que a paixão é a emoção mais idiota entre todas...

Gosto de ti.

Mais do que a razão limita e do que a convivência justifica. Nas vezes que me falta o ar, pelo teu sorriso ou pela falta dele, procuro em vão perceber se estou perante informação incompleta ou falsa, ilusão, dogma, estupidez ou qualquer outra afeção da perceção.
É, não sou muito letrado nesta coisa do afecto, por insegurança ou irresponsabilidade certamente...
Sei que anseio por qualquer tropeção, mas a ânsia não me deixa trôpego para além das palavras e do gesto, imaturo, irracional e sempre pouco efetivo.
Defeito certamente, dos que não consigo livrar, e não sei se devo. Se o retirar acho que faz ruir todo o meu edifício.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Direito ao Deserto

O interregno deve-se ao absorto a que me tenho voltado.
A minha crise é a falta de crítica ao externo.
A tranquilidade nada mais que abnegação.

Não me é própria esta condição, a inegável letargia que se apodera.
Sou portugal (a minuscula não é gralha) e desvaneço-me convosco companheiros iguais.
O reboliço é só interno, sem meio e sem força de expressão, de ação, de coisa nenhuma.

"Ajudem-me
Ó carneirada mole
Levantem os cornos da
Palha
Os vossos pastores
São os vossos carrascos
E se fogem ao cão
Têm o lobo à vossa espera

(...)

Triste sina
De quem se julga mais fraco
A vossa sina
Ó carneirada mole

Ajudem-se
Ajudem-se

Não tenho medo dos lobos
Nem paciência para o teu
Pastor
Ovelha negra
Carneiro preto
Eu vou direito ao deserto" XP

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Capitão Romance

A zanga é uma emoção relacionada com a interpretação psicológica de ter sido ofendido, injustiçado ou negado, associado a uma tendência à retaliação. Envolve uma forte resposta emocional a uma provocação percebida, ao desconforto...
Embora a maioria das pessoas que experimentam zanga expliquem a sua excitação, como o resultado de "algo que lhe fizeram/aconteceu", a zanga causa uma perda de auto-controlo e capacidade de observação objetiva, pelo que tal pode não corresponder à realidade.
Ainda assim, a zanga é uma emoção primária, natural e madura vivida por praticamente todos os seres humanos, às vezes, e algo que tem valor funcional para a sobrevivência. A zanga pode mobilizar os recursos psicológicos necessários para uma ação corretiva.


Tal e qual, e do que sinto ao concreto vai tanto...

Sinto-me crescido de uma geração com excesso de competências. Geração que sabe demais, sente demais e sobretudo pensa demais. Tanto demais, que é insuficiente para a vida mediana que nos apresentam.
Eu não sei o que se faz numa vida mediana. Como se vive medianamente?

Premeia-se a banalidade, banaliza-se o intelecto...
Cresci com este handicap de pensar e questionar. Sinto-me competente, excepcional até, quando só me é apresentada mediocridade. E sim zango-me! Contra o que me está fora, e contra o que trago dentro!
Sinto-me negado, injustiçado e ofendido!

Mas também me responsabilizo, pelo que podia fazer diferente e não fui capaz. Pelo inadequado que sou nesta circunstância. Tal é o Fukushima que me bate por tantas incapacidades minhas, que se torna complicado resistir ao auto-lítico, fugir da minha própria degeneração.

"Por querer mais do que a vida
Sou a sombra do que eu sou" OV

Vou partir, sem saber para onde ou para quê, só sei que tenho de partir.
E que o meu peito diz "coragem"...

terça-feira, 3 de maio de 2011

Deu em Puta

A condescendência perante as opções que se tomam e que levam alguém da nossa estima/admiração em se tornar algo que nos é ofensivo, socialmente reprovável, simplifica-se num expressivo "Deu em Puta".

A nossa vida sempre teve a sua música em tons bemol, mas aquela vida teria os seus tons intactos, a não ser pelo facto de ter dado, inexplicavelmente, em puta...

A expressão não tem que ser exclusiva para quem se tornou numa profissional do sexo. Aliás, a nossa noção de condescendência é afectada quando a meretriz em questão não o é de facto, sendo esta a unica razão para que a expressão em causa não seja utilizada de forma mais abrangente.

Sim, às vezes desvalorizo, sou condescendente. Devia ser mais exigente com quem me exige tanta paciência!
Mas tenho os meus medos, a minha posição insegura, os meus meios tons abaixo...

E só com os amigos vou aliviando o sofrimento, num simples: olha, deu em puta...

Puxar pelas meias de leite

Vamos lanchar, colocam-nos uma questão extremamente pertinente: O que é que vai beber?

Quero beber leite com café! Porém, vejo-me confrontado com uma decisão a tomar. Eu queria lanchar sossegado, não tomar decisões...
Por esse facto resolvi ponderar de antemão os prós e contras da "Meia de Leite" face ao "Galão". Assim como que para me facilitar a vida no futuro.

Vamos a factos. O galão é servido numa proproção de 3para1 em copo que leva no total mais liquido, 5cl, assim como custa um pouco mais, normalmente 5cent. A meia de leite, é servida em chavena de chá, numa proporção 1para1.

O facto de o galão não ter asa permite palpar a temperatura do líquido antes de entrar na boca, evitando assim queimadelas. Os chineses não usam chávenas, mas sim taças, para esse controlo, há milénios.
Além disso, não há nada como usar ambas as mãos num copo quente numa tarde chuvosa e fria de Inverno, e assim aquecermo-nos confortavelmente...

Já a meia de leite é servida numa chávena, que tem uma asa para pegarmos, o que é mais elegante. A chávena e o pires da meia de leite estão em harmonia, o que não acontece com o copo e pires do galão, que não se ajustam na perfeição (muitas vezes o galão chega à nossa mesa já entornado no pires, com o açúcar todo molhado, …);
Para segurar numa meia de leite apenas utilizamos dois a três dedos, face à mão inteira necessária para pegar no galão (ou seja, poderemos ter uma poupança de energia até 60% neste simples acto, o que nos tempos que correm é muito bom.);

Claro que a discussão não pode ficar por aqui...
Eu gosto de tratar as coisas pelos nomes. Quando peço uma meia de leite, estou efectivamente a pedir uma chavena com metade de leite e metade de café. Se peço um galão estou a pedir o quê? 4,4L? um galo de dimensões acima da média?

O galão é uma coisa que não o é quer seja conjugado no singular ou no plural.
Puxar pelos galões significa "afirmar a própria (posição de) autoridade para conseguir ou dizer algo injustamente", "exibir-se", "vangloriar-se de algo que tem".
Claro que face às vantagens de quem se degenera em fazê-lo, compensa.

É injusto que tanto se puxe por galões, e pouco se olhe para as fantásticas meias de leite. Porque não nas mesmas situções puxar pelas meias de leite? explicar a alguém as suas vantagens... em vez de se empertigar, apoiar no salto no sapato e ser a proprietária da falácia.


Desculpem a minha demora, o meu esboço tem andado baço, o meu desenho desanimado. E ando irritado com alguns copinhos de leite.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Nação SadoMaso

Disse-te para não ires por aí.

Não te observei distante da realidade; apenas não quiseste o caminho que te apontei, lutaste contra ele, sem agressividade, perigo ou ameaça.
Porque te obrigo?
Porque me obrigam?

O comportamento desviante fere-nos a embalagem, mas que direito nos confere para limitar, controlar, reter contra a vontade? Que desvios são tão graves, que direção tão crítica existe, o que tão solenemente me permite retirar a tua liberdade...
Quando algo não nos agrada, a "nós", a quem é conferido o poder, responder com mordaça, mão pesada e chicote é o caminho. Tão cultural, tradicional, português, feudal...

Todo o poder é dado ao dominante e cabe à parte submissa obedecer por livre e espontânea vontade, realizando as tarefas e obedecendo a ordens. Ao menos que em BDSM podem ou não ter conotação sexual. O que sempre traria algo de agradável a este jogo preverso.
Mas aqui, neste portugal pequenino, mordaças são usadas para humilhar e castigar o "submisso" que não obedece. Grilhões toldam os seus movimentos, agudizam os sentidos e o desespero.

A maior parte das vezes observo-os, irrito-me, iro-me contra eles, contra a sua prepotente dominância.

Hoje, fui eu esse filho d' uma ganda Puta!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Popota 2.0

Via rebolar.
Os conflitos interiores manifestam-se, pois que agora começou a dar seus sinais de impaciência.
Ficou sujeita à maldição do ridículo; o seu estado era tido como indigno, como se fosse simulação e exagero. Úterino. Pocessão e Feitiçaria.

Eu. Impotente.
Que posso fazer a tanto sofrimento?
Não o entendo! Não sei de onde vem nem como lhe retirar o peso.

Rio. Algo que só a mim ajuda, e só a mim corroi.
Correctamente chamaste a minha atenção, e eu nada te consegui oferecer.
Ficaste no chão frio. Não te levantei. De nada fui capaz.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Edulcorante 951

O Sr. Luis falava-me da nova ordem mundial que iria ser obtida através do consumo de Canderel.
Um grupo elitista estava na sombra a preparar-se para dizimar 90% da espécie com base neste composto, que segundo ele é quimicamente muito parecido com o Prozac (será que ele sabe do que está a falar?).
Precisei de uma certa dose de Kompensan...

Avançando os vocábulos farmaceuticos.. Como não tinha o dito à mão, lá tive que engolir em meio ácido mais uma fantástica teoria da conspiração. Adorei... Cada bocadinho. Tudo quanto é mistura de stonehenge, maçons e o fim dos tempos me intriga e fascina. Agora dava por mim fascinado com tamanho "poder de associação".

Tinha que lhe dedicar toda a atenção. E assim o fiz enquanto destruía e via reconstruir cada aspecto discutido. Bem lhe tentava retirar o pesado temor de não estar nos 10%; em vão...

Está certo. Ouvimos falar de novas ordens mundias a cada segundo, por "bons" ou "maus" motivos. Cada um de nós quer ter a importancia de mudar o mundo, de ter a oportunidade de comandar a sua vida e a dos outros, fazendo um mundo "melhor", numa outra, sua, imagem. Os nossos líderes o sugerem, a nossa vontade é semelhante.
E no entanto, lá estava uma alma, do outro lado sentido-se por uma maneira indefesa, e por outra desejosa de estar nessa elite, nos que decidem quem vive ou morre, e de que forma, e quando.

Por vezes buscámos sentido onde não há, intenção onde não existe, razão para o que sentimos.

E poucas vezes o conteudo é menos importante que a forma.

Por isso talvez, apreciei esta estéril conversação. Vim embora, revigorado pelo debate, descansado na minha insignificância. Enaltecido pela simples companhia.

Intimo

A mudança é de pedra. Dura e pesada como os outros escolhos da vida. Ou escolhas.
Hoje, finalmente, dei um passo para o lado, arrisco-me a percorrer outro trilho. Não sei se o farei, ou se irei tropeçar e cair na mesma andança, mas fui determinado e fui por aí. Mete-me medo...