quarta-feira, 20 de junho de 2012

Desenquadrado

Viveu Prometeu como um desafiante inferior à omnipotência de Zeus.
Titã, por vezes esquecido, mas em Atenas elevado à condição de semi-deus, por ter à sua responsabilidade as caracteristicas dos homens, por roubar o fogo divino.
Figura mítica, que serve para demonstrar a mistura do bem e do mal que existe na vida humana, o hábil por uns elevado aos deuses, e pelos deuses desprezado entre os homens.
Foi turturado por Zeus, mas nunca o venerou. Esquecido pelos humanos a quem a origem e o futuro devem.
Por vezes forte, bom, capaz. Outras fraco, ruim e vulnerável.
Um homem, um titã, e um deus menor.

"Encobre o teu Céu ó Zeus
com nebuloso véu e,
semelhante ao jovem que gosta
de recolher cardos
retira-te para os altos do carvalho ereto
Mas deixa que eu desfrute a Terra,
que é minha, tanto quanto esta cabana
que habito e que não é obra tua
e também minha lareira que,
quando arde, sua labareda me doura.
Tu me invejas!
(...)
Eu honrar a ti? Por quê?
Livraste a carga do abatido?
Enxugaste por acaso a lágrima do triste?
(...)
Por acaso imaginaste, num delírio,
que eu iria odiar a vida e retirar-me para o ermo
por alguns dos meus sonhos se haverem
frustrado?
Pois não: aqui me tens
e homens farei segundo minha própria imagem:
homens que logo serão meus iguais
que irão padecer e chorar, gozar e sofrer
e, mesmo que sejam parias,
não se renderão a ti como eu fiz" G

domingo, 17 de junho de 2012

Recuso

Achei que podia aceitar.
Não é meu. Abdicar das convicções e dos sonhos é mais agreste que as ofensas externas.
Achei que poderia relevar o que me ofende, mas recuso que no dia da morte me arrependa de não ter sido eu, de ter deixado outros escolher o meu caminho.
Não pode ser.